
Segundo Bertalanffy no livro Teoria Geral dos Sistemas, sistema é um conjunto de partes diferenciadas em inter-relação umas com as outras, formando um todo organizado que possui uma finalidade, um objetivo constante.
“A família é um sistema entre sistemas” (Bertalanffy)
“O homem tem memória; é produto do seu passado. Ao mesmo tempo, suas interações com as circunstâncias presentes apóiam, qualificam ou modificam suas experiências” (Minuchin)
É preciso observar a família em sua totalidade, para compreendermos o padrão de funcionamento repetitivo dentro dos sistemas familiares. Nenhum membro isolado definirá configuração alguma.
Para entendermos um sistema familiar, precisamos conhecer o seu padrão de organização. Assim, as características essenciais de um sistema familiar advêm de padrões de organização anteriormente constituídos, e que regem, assim, a forma de ser da família, levando para as gerações futuras certas repetições.
Os conceitos de regulação e padrão de organização fazem parte da base na qual se apóia a família.
Considera-se que um determinado fato ou comportamento está vinculado a muitos outros fatos e comportamentos, que formam com o tempo padrões persistentes e repetitivos, que operam para equilibrar a família.
É uma busca constante de equilíbrio. Portanto, é importante observar como o sistema se organiza e se mantém, pois aquilo que regula um padrão de funcionamento retroalimenta toda a cadeia sistêmica, indicando o seu desempenho em cada geração.
Desta forma as inter-relações familiares mostram-se intensamente importantes, pois não se trata de um modo de funcionar psíquico isolado, mas diz respeito a um conjunto de mecanismos do sistema familiar que pode gerar repetições, pois somos indivíduos que trazemos inscrições de influências da família de origem e isso supõe certa continuidade histórica que carrega em si crenças, tradições, comportamentos, cultura, etc.
A repetição de um padrão tem a tarefa de equilibrar o sistema familiar. Para manter o seu funcionamento, é exigida de seus membros a observância do “roteiro” da história familiar. Todavia, cada membro da família possui uma forma de representação dessa história, a qual, muitas vezes, é diferente daquela que o sistema exige e, para cumprir essa exigência, muitas pessoas pagam o preço de sua permanência na família por meio da dor, do desamor, do abandono, da solidão, da rejeição, e muitos outros meios. Essa repetição se dá pelas lealdades familiares. E para mantê-la, muitas vezes a pessoa entra na auto-sabotagem.
AUTO SABOTAGEM - É um comportamento repetitivo, irracional e inconsciente que faz com que o ser humano “sabote” certas atitudes, a fim de ser leal aos padrões familiares.Atos auto-destrutivos.
Com relação ao dinheiro, agimos conforme padrões de organizações familiares, mesmo que esses tenham nos trazido sofrimento.
De repente nos percebemos compradores compulsivos, ou avarentos, endividados, ou mesmo acomodados, tolos, indecisos, sem postura, sem iniciativa,atrevidos, arriscadores, ou com qualquer outro comportamento que nos impede de usufruir de uma vida financeira de que somos capazes de produzir. E a grande questão é o porquê.
Essas e outras questões podem ser respondidas avaliando os padrões da família de origem, suas crenças e mitos que permeiam nossas vidas e atuam como reguladores das nossas atitudes como profissionais.
Tomar consciência da raiz dos nossos atos pode nos abrir grandes oportunidades de mudanças.
Muito interessante seu artigo Jacqueline - publicarei em meu Twitter - tenho trabalhado a temática da repetição usando a referência da psicanalise e da filosofia! Cordiais Lembranças! René Schubert
ResponderExcluir